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sábado, 25 de maio de 2024

O Poder dos Dividendos: Mito ou Realidade?

 

O Que São Dividendos?

Dividendos são a distribuição de uma parte do lucro de uma empresa para seus acionistas. Não são apenas as empresas listadas na bolsa de valores que pagam dividendos - qualquer empresa com CNPJ, mesmo de um único indivíduo, pode pagar dividendos como remuneração ao proprietário.

Nas empresas menores, a distribuição de dividendos geralmente é feita de acordo com a participação acionária de cada sócio. Já nas empresas de capital aberto, os dividendos são pagos proporcionalmente ao número de ações que cada investidor possui.

O cálculo do dividend yield, que é a relação entre o dividendo pago por ação e o preço da ação, é uma métrica muito utilizada pelos investidores na escolha de suas posições acionárias. No entanto, essa não deve ser a única informação considerada, pois existem outros fatores importantes na avaliação de uma empresa.

O Dividendo Sai do Preço da Ação

Muitos investidores desconhecem o fato de que o dividendo pago pela empresa sai diretamente do preço da ação. Isso significa que, no dia seguinte ao pagamento do dividendo, o valor da ação será reduzido exatamente no montante do dividendo distribuído.

Essa dinâmica ocorre porque o dinheiro que a empresa pagou aos acionistas como dividendo sai do caixa da companhia. Portanto, é natural que o preço da ação seja ajustado para refletir essa saída de recursos.

Esse ajuste no preço da ação nem sempre é exato, pois outros fatores como expectativas do mercado, notícias sobre a empresa e cenário econômico também influenciam a cotação. Mas, em geral, o preço da ação cai no valor do dividendo pago.

A Teoria da Irrelevância dos Dividendos

Existe uma teoria econômica conhecida como Teoria da Irrelevância dos Dividendos, proposta por dois ganhadores do Prêmio Nobel, Franco Modigliani e Merton Miller, em 1961.

Essa teoria afirma que, em um mercado perfeito e sem impostos, os dividendos são irrelevantes para o investidor. Isso porque, se a empresa paga R$ 1 de dividendo, esse valor sai do preço da ação, de modo que o investidor fica com R$ 9 na ação e R$ 1 no bolso, mantendo o mesmo patrimônio total de R$ 10.

Portanto, segundo essa teoria, o investidor poderia simplesmente vender uma parte de suas ações para obter o mesmo valor de dividendos, sem que isso afetasse seu patrimônio.

A Teoria da Relevância dos Dividendos

Em resposta à Teoria da Irrelevância dos Dividendos, John Lintner e Myron Gordon desenvolveram a Teoria da Relevância dos Dividendos na década de 1960.

Essa teoria argumenta que os dividendos são relevantes para os investidores por diversos motivos:

  • Investidores tendem a preferir empresas que pagam dividendos regulares, devido a um viés comportamental de "pássaro na mão".
  • Empresas que pagam dividendos são geralmente mais consolidadas e enfrentam menos riscos, sendo mais valorizadas pelos investidores.
  • Muitos investidores preferem receber dividendos em vez de realizar ganhos de capital, devido ao viés de posse e à tributação sobre ganhos de capital.

Grandes investidores de sucesso, como Warren Buffett e Peter Lynch, também defendem a importância dos dividendos no longo prazo.

O Caso do Facebook

Um exemplo recente da relevância dos dividendos é o caso da Meta (antiga Facebook). Após anos sem distribuir dividendos, a empresa anunciou em 2022 que começaria a pagar dividendos a seus acionistas.

Essa notícia foi muito bem recebida pelo mercado, com as ações da Meta subindo mais de 20% no dia do anúncio. Isso demonstra que, mesmo em empresas de alto crescimento, os investidores valorizam a distribuição de dividendos.

Minha Estratégia para Viver de Renda

Embora os dividendos sejam importantes, minha estratégia para viver de renda não se baseou exclusivamente neles. Eu preferi adotar uma abordagem mais diversificada e menos dependente das condições de mercado.

Ao invés de focar apenas em empresas pagadoras de dividendos, minha estratégia envolveu a construção de um portfólio com diferentes tipos de ativos, incluindo fundos imobiliários e outras fontes de renda regular.

Dessa forma, pude criar uma fonte de renda mais estável e menos sujeita a oscilações do mercado de ações. 

O Poder do Reinvestimento de Dividendos

Um estudo realizado pela HARF, utilizando o índice S&P 500, demonstra o impacto significativo do reinvestimento de dividendos no longo prazo.

Investindo US$ 10.000 no S&P 500 em 1960 e reinvestindo os dividendos, o valor teria se transformado em aproximadamente US$ 4,53 milhões em 2022. Já sem o reinvestimento dos dividendos, o mesmo investimento teria se tornado cerca de US$ 641 mil.

Isso mostra o poder do reinvestimento dos dividendos na multiplicação do capital ao longo do tempo. Portanto, independentemente da estratégia adotada, é fundamental que os dividendos recebidos sejam reinvestidos, seja na compra de mais ações da mesma empresa ou em outros ativos atrativos.

Fonte:  VIVER DE DIVIDENDOS COM AÇÕES É MENTIRA?